Como é o mundo de quem não consegue falar e precisa usar os pés, se contorcer, para se expressar? Para tentar entender, servidores de um hospital viram pacientes por um dia.
“Hoje foi a primeira oportunidade de fazer como eles fazem e entender as dificuldades deles”, diz Juliana Dias, enfermeira.
A imersão no mundo dos pacientes faz com
que os profissionais de saúde compreendam melhor as dificuldades.
“Quando ele fica aborrecido, diante de uma dificuldade de uma limitação,
é compreensível. Porque a gente vê que precisa mesmo de uma adaptação e
se acostumar mesmo a usar outros recursos para a comunicação”, acredita
Juliana Class, fonoaudióloga.
Até a sensação de esperar para ser
atendido faz parte do exercício, que inclui outras situações
desafiadoras, como a impossibilidade de andar. “Nunca a gente vai sentir
exatamente o que ele sente, mas só de estar na cadeira de rodas, a
gente já percebe o quanto da limitação”, diz Mônica Carneiro,
enfermeira.
O treinamento é para os profissionais
que estão começando a trabalhar no hospital. Não é obrigatório, mas
todos fazem questão de participar. Eles cumprem toda a rotina dos
pacientes que estão em reabilitação.
Receber comida na boca, como os tetraplégicos,
fez a enfermeira prestar atenção nos detalhes. “Tão simples para nós e
para eles tão importante, porque eles estão dependendo de outras pessoas
. Então é interessante respeitar esse ritmo”, afirma Janice Maiara,
enfermeira.
Foram muitas as lições. “O que a gente
percebeu aqui foi a importância de quando você está com o paciente, se
doar completamente para ele e ficar dedicado aquela situação, esquecer
um pouco do que está a seu redor”, diz Tayane Xavier, enfermeira.
Para a idealizadora do projeto, esse
atendimento, mais humanizado, é fundamental para o resultado do
tratamento. “A pessoa que está internada ela está fragilizada, precisa
de alguém sensível, não só alguém que detenha o conhecimento técnico,
mas alguém que detenha um olhar humano”, garante Lúcia Willardino Braga,
diretora da Rede Sarah.
“A partir do momento que a gente está
vivenciando isso aqui, a gente volta para a enfermaria com outra visão. É
uma experiência única, ímpar na vida de cada profissional que está aqui
presente”, diz Paola Farias, enfermeira.
Fonte: Jornal Hoje
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