quarta-feira, 3 de abril de 2013

Funcionários da Rede Sarah vivem a rotina de pacientes em reabilitação. O objetivo é mudar a percepção e sensibilizar os profissionais de saúde.



Como é o mundo de quem não consegue falar e precisa usar os pés, se contorcer, para se expressar? Para tentar entender, servidores de um hospital viram pacientes por um dia.
“Hoje foi a primeira oportunidade de fazer como eles fazem e entender as dificuldades deles”, diz Juliana Dias, enfermeira.
A imersão no mundo dos pacientes faz com que os profissionais de saúde compreendam melhor as dificuldades. “Quando ele fica aborrecido, diante de uma dificuldade de uma limitação, é compreensível. Porque a gente vê que precisa mesmo de uma adaptação e se acostumar mesmo a usar outros recursos para a comunicação”, acredita Juliana Class, fonoaudióloga.
Até a sensação de esperar para ser atendido faz parte do exercício, que inclui outras situações desafiadoras, como a impossibilidade de andar. “Nunca a gente vai sentir exatamente o que ele sente, mas só de estar na cadeira de rodas, a gente já percebe o quanto da limitação”, diz Mônica Carneiro, enfermeira.
O treinamento é para os profissionais que estão começando a trabalhar no hospital. Não é obrigatório, mas todos fazem questão de participar. Eles cumprem toda a rotina dos pacientes que estão em reabilitação.
Receber comida na boca, como os tetraplégicos, fez a enfermeira prestar atenção nos detalhes. “Tão simples para nós e para eles tão importante, porque eles estão dependendo de outras pessoas . Então é interessante respeitar esse ritmo”, afirma Janice Maiara, enfermeira.
Foram muitas as lições. “O que a gente percebeu aqui foi a importância de quando você está com o paciente, se doar completamente para ele e ficar dedicado aquela situação, esquecer um pouco do que está a seu redor”, diz Tayane Xavier, enfermeira.
Para a idealizadora do projeto, esse atendimento, mais humanizado, é fundamental para o resultado do tratamento. “A pessoa que está internada ela está fragilizada, precisa de alguém sensível, não só alguém que detenha o conhecimento técnico, mas alguém que detenha um olhar humano”, garante Lúcia Willardino Braga, diretora da Rede Sarah.

“A partir do momento que a gente está vivenciando isso aqui, a gente volta para a enfermaria com outra visão. É uma experiência única, ímpar na vida de cada profissional que está aqui presente”, diz Paola Farias, enfermeira.
Fonte: Jornal Hoje

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