domingo, 5 de julho de 2015

Amor e sexo, com e sem rodas em uma história sem fim!


Já é complicado falar de amor e de sexo, então imagina se formos pensar se é com ou sem rodas? Rodas? Sim, rodas, afinal cadeirantes também fazem sexo não é? Pois bem!

A SAÍDA!


Oi gente, estou de volta para falar sobre amor e sexo, com ou sem rodas. Na verdade não tem diferença não é mesmo?
Amor é amor e sexo é sexo de qualquer forma e em qualquer parte do mundo, concordam?
Mas, porque as pessoas ainda acham que cadeirantes não paqueram, namoram e principalmente não fazem sexo?
Pode parecer inacreditável, mas esse pensamento ainda existe de grande parte da população. Numa balada, por exemplo, quando vemos um cadeirante, a maioria das pessoas estão se perguntando o que ele está fazendo ali… oras, o que? O mesmo que todo mundo, se divertindo!
E é esse mesmo pensamento que faz com que tenham dúvidas sobre se relacionar com pessoas que tenham alguma deficiência. Gente, como falei antes não é nenhum bicho de sete cabeças, é tudo absolutamente normal. Não vamos deixar de viver uma história incrível por conta de uma limitação, vamos pensar no outro como pessoa e não como uma cadeira, ou uma muleta, vamos enxergar o que ela é, essas coisas são apenas acessórios como óculos, brincos entre outros.
Quando comecei a namorar o (vamos chama-lo de senhor “K” ) parecia que eu estava namorando um E.T. Tamanha era a curiosidade do povo (familiares, amigos, conhecidos, cachorro, papagaio e etc), no começo foi diferente, não por nós dois em si, mas pelas pessoas que nos olhavam de maneira estranha, ora com cara de susto, ora com cara de pena (sim pena, como se alguém estivesse na relação fazendo caridade, aff). Nós gostávamos muito de balada, de sair com amigos, barzinho, cinema e coisas que TODOS os casais fazem, então, porque não faríamos também?
Bem, na primeira vez que saímos para jantar quando chegamos ao restaurante as caras estranhas começaram na hora em que paramos o carro e desce euzinha com um salto-alto imenso e abro a mala do carro, para a curiosidade, retiro de lá uma cadeira de rodas, confesso que eu era sem prática total em montar, desmontar, retirar e guardar então imaginem a cena: abro a porta do carona e para quem estava esperando minha avó ou avô com idade bem avançada a decepção foi grande. Pois desceu um cara forte, bonito e jovem!
Entramos (nem vou falar da acessibilidade do local porque vocês já conhecem essa novela) tivemos um jantar maravilhoso, boa comida, boa música e chovendo olhares para o casal “esquisito”, mas tiramos isso de letra porque na verdade o que importava éramos nós dois, a nossa noite. O casal não era perfeito, mas a nossa primeira saída foi!
Namorar um cadeirante não é uma aventura como muitos pensam, não tem que cuidar dele mais do que ele vai cuidar de você (Ainda que não sejam os cuidados físicos, mas atenção, carinho e preocupação conta tá gente!). E os cuidados serão recíprocos, mesmo que as limitações dele(a) sejam muitas, vão existir os cuidados normais que você teria com qualquer outro parceiro (Está se alimentando? Dormiu bem? Tem febre? E todas aquelas coisas infinitas que fazemos quando amamos alguém), mas não, isso mesmo eu disse NÃO, o trate como um filho, nunca, jamais, pelo amor de Deus.
Porque ele NÃO é, ele(a) é seu namorado(a), noivo(a), marido(esposa) ou o que for, menos filho!
Bom agora já sabemos  que todos somos iguais até quando o assunto é amor, o que não deveria nem deixar dúvidas mas enfim. Vamos nos preocupar MAIS com o interior e MENOS com o exterior, afinal se a pessoa está sentada, deitada, de lado ou em pé isso só vai servir para dar mais emoção em outras ocasiões. não é mesmo?

O prazer está ai para quem sabe dar e receber!
O que  era uma saída simples acabou se tornando uma pequena aventura para nós, mas valeu porque a noite foi perfeita. Depois de nos “aventurarmos” em barzinhos, baladas, conhecer os amigos um do outro vimos que estava chegando a hora de um momento mais nosso, o namoro em si já era bem quente, mas estava na hora de irmos para os “finalmente”, vamos dizer assim e lá fui eu passar a minha primeira noite com o Sr. “K”.
Para quem acha que eu estava nervosa, (haha acertou em cheio) sim, nervosíssima e por vários motivos: Por estar com alguém diferente depois de um namoro longo, por todos aquelas coisas que só nos mulheres entendemos e por estar super curiosa o que acabava aumentando a minha ansiedade em um milhão e NÃO, nem me passava pela cabeça o fato de ele ser cadeirante, como disse várias vezes isso é apenas um detalhe e cadeira é acessório.
Me produzi  toda e fui ao encontro dele, o busquei em casa e fomos para um lugar mais “a vontade”, chegando lá ficamos nos olhando por alguns instantes e ficou nítido que ambos estávamos ansiosos. Sentei em seu colo e o beijei de forma bem intensa, ele retribuiu com a mesma intensidade ou mais, nos sentamos na cama e trocamos carinhos como antes nunca havíamos feito, ele sempre muito cuidadoso comigo e preocupado em me deixar a vontade, fomos nos deixando levar pelo momento e fluiu, tudo de forma natural e muito prazerosa, ambos nos sentimos realizados.
Ali eu constatei que o amor realmente é amor de qualquer maneira e o que talvez pudesse ser um obstáculo nem foi  notado, o prazer está ai para quem sabe dar e receber!
———- Relato enviado pela nossa amiga Rafa———-
fonte:http://amigoscadeirantes.com/

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