sexta-feira, 9 de março de 2012

Especialistas contestam afastamento de aluno autista Natália





A direção da escola Gapi não quis se pronunciar. Já a Secretaria Estadual de Educação esclareceu que o aluno foi afastado temporariamente das atividades escolares para que passe por avaliação médica e tratamento psiquiátrico. A mãe, no entanto, contesta a justificativa ao dizer que Lucas faz acompanhamento médico desde criança. "Ele toma remédio todos os dias e passa com o médicos direitinho", observa Sandra.
A secretaria estadual afirma ainda que, conforme informado aos responsáveis pelo estudante, o afastamento foi necessário para resguardar a integridade dos demais alunos e integrantes da instituição, uma vez que o adolescente tem comportamento agressivo. Nos próximos dias, o adolescente será encaminhado para avaliação junto à Secretaria de Estado da Saúde e, posteriormente, após a devida reavaliação médica, deve receber novamente atendimento educacional.


Escola não cumpriu seu papel, diz psicóloga

Por tratar-se de escola focada no ensino especial, a estranheza sobre a atitude tomada pela instituição de ensino é ainda maior, revela a psicóloga especializada em distúrbios do desenvolvimento Sabrina Ribeiro. "A escola não está fazendo a inclusão, que é o trabalho dela", argumenta.
Segundo a profissional, que atua no atendimento a pessoas com autismo desde 1995, há diversas formas de trabalhar a agressividade do aluno. "O manejo do professor é muito importante, tanto que a medicação responde por 10% do tratamento; os outros 90% dizem respeito a atividades comportamentais", considera.
Na visão da presidente da Abra, Maria Furia Silva, a batalha por políticas públicas e atendimento de qualidade para pessoas com autismo tem avançado, mas não da forma considerada ideal. "A saída para os pais que precisam de ajuda tem sido as associações."



AUTISMO


Denominado transtorno do espectro do autismo, essa alteração cerebral compromete o desenvolvimento psiconeurológico e afeta a capacidade da pessoa em se comunicar, compreender e falar, assim como o convívio social. A doença pode se manifestar de forma leve, moderada ou severa.
Segundo Sabrina, o autismo traz prejuízo em três áreas: comunicação, comportamental e social. "Geralmente as pessoas com autismo têm dificuldade em contar algo ou entender", explica a especialista. Há ainda alterações no comportamento, como manias ou interesses restritos e dificuldade em se relacionar com outras pessoas.



Fonte: 

Natália Fernandjes 
Do Diário do Grande ABC

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